Nos últimos anos, houve a atenção crescente dada ao bem-estar animal, em especial os animais de companhia como cães e gato. No caso, os gatos domésticos, são expostos a uma variedade de estímulos estressores, que podem ter um efeito negativo sobre o seu bem-estar e desencadear uma série de mudanças comportamentais, não desejáveis ao convívio com outras pessoas e outros animais. Estima-se que no Brasil existam pelo menos 30 milhões de animais errantes e destes 10 milhões são gatos. Estudos mostram que dentre vários motivos para o abandono, as alterações comportamentais não desejáveis estão entre as cinco principais causas indicadas pelos tutores, durante o abandono, nos abrigos de animais. Fatores como ambientes pobremente enriquecidos, locais com grande número de gatos, isolamento por longos períodos de tempo, podem ser fatores que elevam o nível de estresse. Quando os gatos são submetidos à situações estressoras, podem aparecer comportamentos indesejáveis como: agressão, marcação territorial, vocalização, mudança de sono, hiperatividade e higiene excessiva. É importante que cada vez mais sejam conhecidos os fatores estressores em felinos e suas reais consequências na mudança de comportamento, para que estratégias possam ser montadas com intuito de diminuir a carga estressora e melhora o bem-estar dos animais não só criados por tutores ou criadores, mas também em gatos que vivem em abrigos. No presente estudo foram avaliados correlações entre o estresse em animais submetidos à confinamento em grupo com alto número de gatos e depois gatos confinados individualmente e suas consequências nas alterações de comportamento. No primeiro momento foram selecionadas 11 gatas inteiras e saudáveis. O estudo foi dividido em duas etapas; na primeira etapa, as gatas foram mantidas em um único gatil coletivo, por 30 dias consecutivos e na segunda etapa cada uma das 11 gatas foi remanejada para um gatil individual sem contato com outros animais, por mais 30 dias. As filmagens forma realizadas no dia 29 da primeira etapa e 0, 7, 14, 21 e 28 da segunda etapa, sendo as mesmas analisadas e os dados resgistrados em um formulário contendo s alterações de comportamento mais comuns em situações de estresse avaliadas em uma escla de cinco pontos: 0- sem alteração; + pouca alteração; ++ moderada alteração; +++ bastante alteração; ++++ exacerbada; As análises sobre comportamento mostram relevância no teste de Friedman nos seguintes itens: dorme na caixa de areia, dorme o tempo normal, docilidade. Na avaliação do efeito do estresse no isolamento teve correlação positiva do tempo de confinamento com aumento do score de comportamento (P < 0,05). O trabalho atual traz informações inéditas e relevantes sobre o efeito do estresse nas alterações comportamentais em felinos.